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dear cinema

Críticas simples e curtas.

Steve Jobs (2015) AKA Let the reign of the Fass begin (or continue?)

por rita ralha, em 25.02.16

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Sorkin parece ter o dom de em apenas 5m de diálogo nos conseguir mostrar toda a cretinice suprema dos seus heróis. (vide Zuckerburg em The Social Network e Will McAvoy em Newsroom), sem no entanto deixarmos de gostar deles. Steve Jobs não fugiu à regra e nem a carinha perfeita do Fassbender nos salva de encontrarmos um protagonista irritantemente inflexível e arrogante. Felizmente, está tudo enrolado numa músiquinha computer-like e no ritmo viciante que Danny Boyle tão agilmente dá aos seus filmes e que me fazem querer sempre continuar a ver (independentemente de estar a ouvir discursos presunçosos, crianças a cair em montes de cocó ou braços a serem cortados pelos próprios donos).

 

Ficará, provavelmente, em muitas mentes a inevitável pena de um livro tão gordo como o de Walter Isaacson dar origem a um filme parco em termos de variedade de momentos da vida de Jobs. Mas, a verdade é que para mim este tipo de visão paralelista e evolutiva é infinitamente mais interessante (já me chegou sofrer durante 128m, quando em 2013, Ashton Kutcher tentou dar vida ao mesmo papel) e tem capacidade para dizer tão ou mais que uma narrativa linear (pelo menos nas mãos de Sorkin).

 

Fassbender está oscar-digno, com o seu discurso acelerado, uma voz menos grave que o habitual e o olhar sou-melhor-que-qualquer-ser-humano-que-alguma-vez-respirou que Jobs (neste filme) claramente deixava emanar.

 

Gostei, mas não adorei (quando acabou, não ficou aquela sensação de awesomeness que me faz sair da sala ainda boquiaberta e de pés leves).

 

7/10

Bridge of Spies (2015) aka blablabla by Steven Spielberg = Oscar nom

por rita ralha, em 11.01.16

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Ponham-me numa sala de cinema, digam-me que o filme é baseado em factos verídicos e eu fixarei embevecida o ecrã gigante durante 120 a 150 minutos. Sou fácil, sim.

 

Começo a achar que se o Steven Spielbeg espirrar e alguém capturar esse momento em vídeo, tem entrada imediata para a lista de nomeações para o Oscar de Melhor Curta-Metragem. Pelo menos foi aquilo que pensei, terminado este filme. 

 

A história base do filme é cheia de potencial: guerra fria + espiões, Tom Hanks é dominante, parecendo quase ele próprio (da forma que o imagino, pelo menos) e Spielberg filma na sua forma sempre perfeita. Faltou, para mim, sentir mais o medo e o risco que o tom negro do enredo pedia. A música e as piadas dos Coen tornaram o filme muito ligeiro e saí de lá em modo [boceeeeejo] a minha vida ficou igual.

 

Esperava um bocadinho mais, Steve. Teria ajudado.

 

7/10

 

The Martian (2015) aka porque para Matt Damon não chegava ter estado sozinho no espaço em 1 só filme

por rita ralha, em 21.10.15

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Confesso que nunca fui amante do Matt Damon (na verdade sempre achei que ele era meio bleh, tal como o seu brother in arms Ben Affleck), mas de alguma forma caem-lhe sempre em cima papéis principais em filmes bastante cativantes (vá, dou-lhe o desconto por causa do The Informant!, filme em que a sua blehness é perfeita para a personagem em causa).

 

Ator principal à parte, a história é interessante, ou não estivessem HUMANOS a explorar MARTE!! E só isso é já uma premissa muito forte para me prender (sou uma sucker por tudo o que são filmes sobre o espaço e aliens), no entanto pareceu-me contada de uma forma demasiado leve e agradável. Senti que faltava desespero, mais coisas a correrem mal para se ficar com a sensação de que de facto a coisa podia não correr bem para os heróis da história (um exemplo prático: eu sabia que o Harry ia sobreviver ao Voldemort, mas até ao final finalinho continuava a tremer com medo de que assim não fosse).

 

Alguém ou algo que li dizia "é um MacGyver do espaço" e para mim é de facto a descrição perfeita. Cheio de peripécias interessantes, mas leve na intensidade.

 

7/10

 

 

While we're young (2014) aka 1 filme para não nos sentirmos mal por invejarmos a coolness dos mais jovens e nos sentirmos bem por na verdade gostarmos é de ir para a cama à meia-noite

por rita ralha, em 23.06.15

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Eu, que estou numa idade em que, se digo que sou velha, levo com raios à lá Cyclops da malta over 35, mas se digo que sou nova, estou a roçar a mentira (as mães com crianças pequenas na rua já dizem "cuidado com a senhora") , só posso dizer que pelo menos saí da sala de cinema com a confiança de que envelhecer traz muitas coisas boas:

 

1) A capacidade de evitar com maior frequência atitudes ridículas, na sua maior parte fruto do gene know-it-all que parece que só ser expurgado do corpo humano lá para os 20 e muitos (será aos 30?? ainda estou à espera...)

 

2) O facto de se saber cada vez mais do que se gosta e do que não se gosta, o que se quer e o que não se quer.

 

Toda esta filosofia chique para dizer que este filme é divertido e incisivo. Outras coisas boas: tem o Ben Stiller a fazer um papel normal (o que sabe sempre bem, sobretudo quando há Zoolanders no horizonte), tem o Mr. Girls (a representar alguém on the road to hipster success tal como ele próprio o tem estado a alcançar) e tem música bonita do James Murphy.

 

Vão ver.

 

7/10 

Jurassic World (2015) aka Como eu nunca me cansarei de ver filmes de dinossauros

por rita ralha, em 15.06.15

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Disclaimer: Quando era pequena (ontem, portanto), o meu amor pelos dinossauros estava ao nível do meu amor corrente pelo Fassy, logo eu ia sempre gostar um bocadinho deste filme, fosse ele muito bom ou muito mau.

 

Ainda assim, aqui deixo merecidas palavras de elogio sobre a glória deste Jurassic Park Jr. (o II e III são fixes, mas não contam - devia haver uma regra à lá envelhecimento do Porto Vintage: mínimo de 5 anos entre sequelas para garantir o apurar do sabor) que cumpre o seu dever de assustar, emocionar, rir e respirar de alívio, assinalando todos os checks obrigatórios:

 

  • Dinossauros "Bigger and teethier" para assustar
  • Dinossauros fofos para sentir um aaaawwww!
  • Heróis musculados e de olhos bonitos no clássico tom quanto mais me bates, mais gosto de ti
  • Muita gente a fugir, muitas vezes
  • Aquela musiquinha do John Williams que eleva o ritmo cardíaco e que quase deixa os olhos húmidos de felicidade quando vemos uma panorâmica da ilha, ou um baby t-rex ou qualquer outro momento que acentua a nossa "minusculinidade". 

 

Portanto, se gostaram do 1º, vão gostar deste. Se soltaram um "meh..." quando viram este poster na rua, fiquem quietinhos em casa a ver AXN ou algum outro canal pejado de policiais.

 

7/10 

The theory of everything (2014) aka uma visão doce de um destino cruel

por rita ralha, em 25.02.15

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Sim, é um bom filme com boas performances, não negarei o óbvio. É uma história de amor entre duas pessoas que viveram uma realidade dolorosa que nos é harmoniosamente apresentada por desempenhos credíveis.

 

Ainda assim, não consigo deixar de pensar que não saí da sala particularmente elucidada sobre as descobertas de Hawking, nem fiquei a conhecer aprofundadamente a maneira de ser de cada um dos dois (Stephen Hawking e Jane, a mulher). Ansiava por ver mais cenas de gritos (humanos e/ou robóticos) e irritações, algo que tipicamente imagino estar associado a uma vida preenchida por momentos tão difíceis como deve ter sido a deles (se calhar até foi assim “doce" como o filme a apresenta e eu é que já tenho desejos por níveis anormais de carnificina). Para mim tinha sido muito mais interessante focarem os curtos anos desde a descoberta da doença até ao instalar dos danos mais severos.

 

No fundo, acho o foco do filme acaba mais por ser o passar do tempo do que a angústia dos retratados (o que de certa forma deve agradar ainda mais ao Stephen Hawking).

 

7/10

Foxcatcher (2014)

por rita ralha, em 05.01.15

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The world's best boss becomes the world's ickyest boss

 

[Contexto] Pelo Steve Carell, eu ia a qualquer lado. Pronto, pelo Michael Scott (pessoas incultas, consultem a vossa cábula), eu ia a qualquer lado. Coerentemente, fui ver o Foxcatcher (o que é que se passa este ano que todos os filmes têm títulos de uma só palavra?). Essencial acrescentar também que eu sou uma sucker por atores que fazem papéis 180º graus diferentes do habitual - naturalmente, depois de ter visto o trailer, fui para a sala de cinema com todo o meu kit de cheerleader e gritei S-T-E-V-E como se não houvesse amanhã.

 

Não vou dizer que é um filme que se arrasta, mas é um filme que demora o seu tempo e não está com preocupações de nos levar depressa ao final. Ficamos a conhecer a personagem de Carell exatamente ao mesmo ritmo que a personagem do Channing Tatum o faz e, para mim, isso foi chave para sermos embalados pelo ritmo calmo e apanhados de surpresa nos picos do filme.

 

Faz pensar em como a solidão pode levar as pessoas por diferentes caminhos e quão distintos são os ideais de sucesso que cada um estabelece para si próprio.

 

Gostei e acho que o Steve mereceu as diversas nomeações.

7/10

Interstellar (2014)

por rita ralha, em 07.11.14

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Fui ver o Interstellar. Fiquei somewhat presa à cadeira. Na 1ª parte, o envolvimento não é intenso, mas na 2ª já só lá estavamos eu e o ecrã.

 

Não é um Inception, mas é mais do que um Memento. É mais um reexplorar da predileção do Nolan pelas viagens e divagações no tempo, mas é feito com um pedaço forte de humanidade e emoção.

 

A não perder.

 

7/10

Fury (2014)

por rita ralha, em 07.11.14

Brad Pitt;Shia LaBeouf;Logan Lerman;Michael Pena

 

 

Fury! Fui por ti, Shia, fui também um bocadinho por ti, Brad. Acho que o hábito de vermos filmes que mostram (as partes mais importantes de) grandes eventos da história torna mais difícil gostar de filmes que são pouco mais do que uma janelinha aberta para um momento específico de todo um momento terrível. Ainda assim, com este filme consegui sentir o medo e a tensão representados e gostei disso. E gostei do Shia também.

 

A ver.

 

7/10

Shame (2011)

por rita ralha, em 05.03.12

Sem me deixar render ao Fassbenderismo que este ano tem andado por aí que nem epidemia, deixo escrito que Shame transmite sem pudor, mas sem sujidade a vergonha e descontrolo de too much sexual desire e que o Fass e a Carey são os proximos reis do baile de Hollywood.

7/10