Podia ter sido um Fatal Attraction Junior, mas faltou-lhe aquele calor especial. Podíamos ter ficado a conhecer as personagens, sem sentirmos apenas que estávamos a ser cegamente direccionados para a acção central da história e que esta decorria assente num diálogo disparatado e pouco elegante, mas não ficámos.
Numa frase: vale pelas boobocas e scary eyes da Seyfried e pouco mais.
The Blind Side apresenta-se como um filme familiar com um enredo interessante, mas sem grande tensão ou clímax.
Sandy B. é claramente o raio de sol da acção! A sua interpretação é surpreendente (não pela falta de confiança na sua arte e engenho, apenas pela escolha incomum de papel) e acaba por ser aquilo que impede este filme de se tornar uma mera história tocante de Domingo à tarde.
The Hurt Locker irrompe agressivamente pelo ecrã e invade o espaço confortável do espectador. Os minutos vão passando e, rapidamente, aquilo que aparentava ser um filme de guerra se torna num retrato cru e sem preocupações em agradar de um homem na guerra. Herói, homem destemido ou simplesmente aborrecido? Take your pick. Qualquer que seja a escolha, não há dúvida de que Bigelow foi mais longe e fê-lo muito bem (e bem melhor que o seu ex, acrescentaria eu).
Por mais encantador que seja o charme roliço de Alec Baldwin e a habitual profundidade de sentimentos transmitida por Meryl Streep, It’s Complicated não alcança o brilhantismo que Meyers conseguiu em Something's gotta give. O campeonato das gargalhadas leves e frequentes fica ganho, é certo, mas faltou um je ne sais quois para este filme se tornar um must see do mundo das comédias românticas.
Tentando colocar de lado a quantidade obscena de anúncios que a Zon me obrigou a suportar, enquanto aguardava pelo começo do filme, a palavra que me vem mais depressa à cabeça, quando penso em Shutter Island, é meh. Mais um filme de suspense/thriller, mais um filme com a musa Leo DiCaprio no seu eterno papel de inconformista, mais um filme que não acrescenta grande coisa...
Verdade seja dita, a história está bem trabalhada até e Martin Scorsese consegue prender o espectador até ao fim, desviando-se do tradicional estava-se mesmo a ver...
A Single Man é a captura breve, mas perfeita de como a vida parece parar quando se perde alguém querido. Os sentimentos são quase palpáveis. A agonia paralisante; a sensação de que o mundo continua, mas sem nós; o triste consciencializar da nossa impotência perante a vida e a morte.
Colin Firth leva a cabo este retrato de forma soberba, sem grandes palavras ou discursos, apoiado apenas numa articulação visual impressionante, que Tom Ford conseguiu criar sobretudo graças a uma variação de cor que vai acompanhando a significância e impacto pessoal dos diversos momentos.
Dado o tamanho drama familiar que aborda e as interpretações incrivelmente sentidas que oferece, por parte de todos os actores, ficam plenamente justificados os prémios que Precious recebeu no Sundance de 2009.
No entanto, é sobretudo a capacidade de, através de alegres divagações sonhadoras da personagem principal, muito ricas em termos visuais e sonoros, construir um filme sobre um tema tao sombrio e triste de uma forma absolutamente não-deprimente que acaba por impressionar.
Se acham que o título soa bastante parvo, então, desta vez, podem ir contra as regras e pensar que as aparências NÃO iludem!
Aquilo que, de início, aparenta ser um filme engraçado - com um enredo dúbio, é certo, mas, simultaneamente, com ar de provável gerador de gargalhadas - depressa se perde numa espiral de parvoíces sem rumo nenhum. Não atinge o Terrível, tão somente graças ao trio Clooney-Bridges-Spacey.