De forma geral, considero-me uma espectadora mediana: alguém cujo palato nem sempre é facilmente comprado, mas cujo limiar de tolerância aguenta muita coisa (com exceção de desfiles sonora e visualmente explosivos ao estilo de The Expendibles e outros primos seus). Acrescento também que não sou grande conhecedora do cinema de Terrence Malick.
Vi o trailer e imaginei uma história repleta de caras conhecidas, passada no ambiente supérfluo dos trabalhadores de Hollywood, preenchida com aquela luz (nevoeiro?) incandescente que Malick gosta. Imaginei também diálogos.
Vi o filme e fiquei com a impressão de ter estado 2h a ver um poema. Como pessoa que adora ver filmes diferentes, louvo a capacidade de Malick de oferecer algo distinto dos formatos normais e de conseguir colocar-nos na pele do protagonista, tornando pulsante a falta de orientação que ele parece sentir. Como pessoa que gosta de estar entretida, não deixaram de ser 120m que na verdade podiam ter sido 45. A história gira sempre em torno do mesmo epicentro, sem que haja visivelmente uma progressão, apenas o experienciar de diferentes situações que parecem gerar invariavelmente o mesmo output.
Disclaimer: obriga-me a ética a mencionar que adormeci durante alguns segundos do filme (quem sou eu?!), pelo que esta crítica incide apenas sobre cerca de 97% da obra.
Cedendo à fácil e óbvia tentação de fazer uma piada com o título do filme, o Woody devia estar deveras irracional quando escreveu este argumento ou não fizesse esta história lembrar assustadoramente o Match Point (mas em versão muito mais fraca). E para mim não há desinteresse maior que estar a ver algo não sabe a novo.
Não tenho muito mais a dizer. Talvez apenas acrescente que sempre que vejo dad bods em alguns dos papéis principais fico espetacularmente feliz e penso que há esperança para todos os atores e atrizes que ousam comer hidratos de carbono e pacotes inteiros de bolachas de uma só assentada como todo o resto da humanidade.
[Contexto] Numa escala de 1 a 10 (em que 1 é alguém totalmente a leste de um "myyyyy precious" e 10 é alguém que escreve as listas de compras em élfico), eu estou claramente no 6. Li e vi os Lord of the Rings e como boa cidadã do mundo respeitadora do trabalho do Peter Jackson fui ver os "Hobbit"s.
O primeiro (já lá vão dois anos, não vou conseguir ser muito específica) agradou-me; não conhecia a história e gostei de revisitar aquele mundo (ia dizer Terra Média, mas achei que ia soar demasiado nerd para rapariga). O segundo agradou-me ligeiramente mais, claramente graças à alegria histérica de poder ver o Sherlock e o Watson de novo no mesmo ecrã (mas com roupinhas substancialmente diferentes). Já este terceiro... NOT SO MUCH, sobretudo devido à sensação "hmm, já está tudo resolvido? falta só uma batalha?" a 1/3 do filme (a minha cara estava com a mesma expressão de wtf que a do Bilbo na foto ali de cima).
É triste quando a pressão da máquina capitalista (não sou pro-Marx, relax) de Hollywood força este esticar da corda e transforma aquilo que poderia ter sido um conjunto de dois filmes ok (ou de um só filme brutal) numa trilogia extreeeeemaaaaaameeeeeente paaaaaraaaaaadaaaaaa, proporcionando um terceiro filme altamente dependente do anterior e matando a lição clássica do "ah, uma história deve ter três actos".
Rezo por um natal de 2016 em que as criancinhas possam comprar o pack de dvds, que nos extras trará a possibilidade de ver a história numa leva só, sem momentos ver a relva a crescer.
Dada a torrente de bad mouthing que por ainda andava, lá fui ver The Tourist.
Gostei dos outfits e de ver a cara de cera da Angie.
Looking back, não gostei da previsibilidade e simplicidade do enredo, mas confesso que até estive entretida.
Em resumo: as facadas do Gervais não eram de todo mal aplicadas (as nomeações para os Globos ficarão eternamente incompreendidas) - mas também não era caso para taaanto enxovalhanço.
Podia ter sido um Fatal Attraction Junior, mas faltou-lhe aquele calor especial. Podíamos ter ficado a conhecer as personagens, sem sentirmos apenas que estávamos a ser cegamente direccionados para a acção central da história e que esta decorria assente num diálogo disparatado e pouco elegante, mas não ficámos.
Numa frase: vale pelas boobocas e scary eyes da Seyfried e pouco mais.
Stone vale unicamente pela curiosidade de ver Edward Norton - que, na sua clássica versatilidade, faz umas trancinhas e fala à chunguita do Sul - dado que tudo o resto não espanta e pouco cativa.
Numa frase: disponível com o Correio da Manhã por mais €2,99, dentro de uns anos.
Uma aventura atribulada em que as atribulações mais interessantes e desafiantes são tristemente eliminadas pelo conceito sempre latente dia e noite (aka Cameron grogue nas partes difíceis). A dupla entretém e a história permanece interessante ao longo dos 110 minutos. Não há brilho, nem fascínio, há interesse e diversão q.b.
Numa frase: um bom filme de Verão para ver com cérebro de Verão
Entrar sem expectativas e sair indiferente. Assim foi a minha aventura com Russel Crowe.
A perspectiva sobre a história não é a do costume e Robin está ainda longe de se tornar naquele que tirava aos ricos para dar aos pobres; talvez por isso, o tédio não se torne absoluto. O interesse vai subsistindo medianamente, interrompido pelo ocasional fechar de olhos de minuto e meio. As interpretações são inquestionavelmente boas, mas insuficientes para Ridley Scott poder colocar, orgulhosamente, esta película no seu CV.
As portas para a sequela ficam descaradamente abertas, trazendo à memória a frequente desilusão do cinema moderno: fazem-se filmes mais para ganhar dinheiro, que para entreter (cof*avatar*cof).